quinta-feira, 23 de maio de 2013

QUE SE LIXE A TROICA
O GRITO
Cada vez tenho mais orgulho em pertencer a esta grande família dos Falcatos. No sábado ao abrir as páginas do jornal Expresso encontrei numa fotografia do meu (nosso) querido Jorge Falcato. Este grande Falcatão que nunca desistiu de lutar por um país justo e onde todos ( pobres e remediados) devem ter um lugar de eleição, com direito à educação, à saúde e à liberdade de expressão. Desde sempre , por razões que nos estão no nosso ADN fomos contra as ditaduras, as injustiças e contra a impossibilidade de podermos gritar a nossa indignação, por sermos governados por homens ( as mulheres quase que não têm aqui expressão!!) incompetentes, corruptos e ignorantes. Homens que nos governam com ar de imbecis ( mesmo cara de imbecil como mostrou o Relvas, na TV!!) , que é tão burro que nem sequer tem a hombridade de se demitir depois de se saber como ele adquiriu o "canudo" de licenciado!!!
Estou revoltada, não fui à manifestação mas assisti emocionada em frente ao televisor aos milhares de pessoas de ar triste e angustiado que encheram o Terreiro do Paço.
Depois de me ter reformado estou como voluntária a dar aulas de Poesia e contos, na Academia Sénior de Estremoz, e uma aluna escreveu este poema que vou ter a ousadia de publicar aqui, sem ter pedido a sua autorização. As palavras que estão neste poema são aquelas que eu usaria se tivesse capacidade para escrever.



GRITO

Grito e gritarei as vezes que eu quizer
Por aqueles que têm fome e não têm pão
Grito,e gritarei quando puder
Por quem não pode suportar a solidão.
Grito, por quem sofre num leito de hospital
Sem alguém que lhe dê um carinho e atenção
Grito contra a força demoníaca do mal
Pela falta de justiça e contra a corrupção.

Grito por aquele que desfalece a lutar
E fica sem um tecto e sem abrigo
Grito, por quem os filhos não pode sustentar
E por aquele que se vê só, sem um amigo.

Grito, por aqueles que têm que emigrar
Deixando a Pátria que um dia os viu nascer
Grito porque levam o coração a sangrar
Deixando cá, os velhos pais a sofrer.

Grito, pelos idosos empurrados p’ra um lar
E vão esperando a morte em lentidão
Grito, porque em casa já não têm lugar
E o resto da vida vai ser só recordação.

Grito pelo nosso país sem solução
Pelo desemprego a pairar na sociedade
Grito, por aquele que chora com razão
Pelo ódio entre os povos, contra a desigualdade.
Grito, pela liberdade de expressão
Contra a ganância, contra a ânsia do poder
Grito, e gritarei do fundo do coração
Grito, e gritarei sempre, até morrer!

Poema de Lúcia Cóias Fevereiro 2013

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