quinta-feira, 18 de setembro de 2008

MAIS UMA PRENDA DE ANOS

Este ano, as prendas não foram de grande valor!!! Bem pelo contrário!! Recebi algumas prendas, mas muito "fraquinhas"!!! A crise económica e financeira que o país atravessa e que nós portugueses e entre estes, os professores, estamos a enfrentar, foi a culpada disso!! mas eu não me estou a queixar, muito pelo contrário! Devo regozijar-me por ter estado rodeada dos meus pais, do meu marido, das minhas amigas, dos meus tios e tias. Mas, para além das prendas "fracotas" que me deram, recebi uma que me deixou muito emocionada e muito feliz.
A minha mãe, com os seus 81 anos, apareceu, logo pela manhã, para me dar os parabéns; trazia um embrulho na mão, que me deu timidamente, como a pedir-me desculpa por me estar a oferecer uma prenda tão insignificante ( a palavra é dela!!); mas junto com a prenda, trazia uma "carta" que me entregou.
Com o seu lindo sorriso, meigo e terno que sempre tem, olhava-me com os olhos brilhantes, pois agora, sempre que me dá um beijo e olha para mim, fica muito comovida. O facto de me ver magra e satisfeita por voltar a sentir-me bem fisicamente, dá-lhe uma enorme alegria e felicidade. O que a minha mãe tem passado nestes últimos meses!! Como ela tem vivido e sofrido todos estes "contratempos" ( para não lhes chamar outro nome!) que de vez enquando, ( mas demasiado frequentemente!!!) , me têm acontecido!!!
Assim, aceitei as prendas e peguei na carta e comecei a lê-la, só para mim. A minha mãe ia perscrutando a minha reacção. O seu sorriso nunca desapareceu dos seus lábios e quando terminei de lê-la, ela estava expectante. As palavras sairam-me com alguma dificuldade, devido à emoção que dificilmente consegui esconder. Abraçámo-nos... beijámo-nos e eu agradeci-lhe este presente tão pessoal, tão extraordinário.
Aqui vai o presente:

Casa Branca, 12/9/2008

Querida filha

Desculpa a prenta que te dei, mas realmente não sabia o que te havia de comprar porque felizmente tens de tudo.
Mas dou-te uma grande prenda que é a minha amizade que tenho por ti; não faço mais que é a minha obrigação, porque tu és uma filha exemplar, nem tenho palavras para te dizer, sei como tu és e o que pensas, mesmo quando estás longe de mim.
E estou sempre descansada contigo, pois tens um belo marido, graças a Deus. Eu vi o que ele era para ti quando estiveste doentinha. Mesmo o pai, que não é de conversar muito, nem reparar para certas coisas, mas dizia-me: - "O Zé é muito amigo da nossa filha, não sabe o que lhe há-de fazer!" e, realmente, era também isso que eu via.
Já não tenho mais tempo. Que para o ano eu cá esteja, para festejarmos os 61, eu e o pai; vamos assim pedindo um ano de cada vez.
Beijos da mãe que te ama, e reconhece o que tu és
M. Amélia