quinta-feira, 23 de maio de 2013

AS ARGOLAS DA AVÓ BÁRBARA

As argolas da Avó Bárbara
Lembram-se das argolas da avó Bárbara???? Eram célebres.

Aí vai a receita:

ARGOLAS DA AVÓ BÁRBARA

1Kg de pão em massa
1/2 kg de açucar
2 tigelas de leite ( agora serão canecas!)
1/4l de azeite (Alentejano de preferência!!!)
1 colher (sopa)Canela em pó
Raspas da casca de 1 limão
1 colher de chá de bicarbonato
Farinha para amassar e tender

Põe-se o pão em massa num alguidar, juntam-se os ingredientes todos e vai-se amassando com farinha até tender.
Fazem-se uma torcidas com a massa e faz-se o feitio de argola. Colocam-se no tabuleiro untado de azeite e polvilhado de farinha e vão a cozer no forno.
A avó Bárbara levava as latas com as argolas ao forno de lenha da padaria, onde as argolas eram cozidas. Algum tempo depois, iam-se buscar, lourinhas e tenrinhas.
Quando vinham mornas eram deliciosas!!!.
Depois, a avó guardava-as dentro de uma grande panela de esmalte, na despensa, iluminada pela luz difusa da clarabóia, junto à cozinha e duravam para toda a semana.
Quanto mais o tempo passava, melhor ficavam.
Eram comidas ao pequeno-almoço, ao lanche e ao deitar a acompanhar o caldo de farinha que a avó fazia com todo o preceito, para que não tivesse grumos.
Quando queríamos uma argola, não a íamos buscar à panela.Pedíamos à avó Barbara: "Avó, dê-me uma argola!" e a avó, levantava-se, com toda a calma da cadeira onde estava sentada ao lume ou à camilia e com todo o vagar, dirigia-se para a despensa. Abria a porta da despensa que estava sempre fechada, dirigia-se à panela de esmalte, tirava a tampa, e dava-nos uma ( 1! ) argola! Nós tínhamos que comê-la com todo o cuidado, para não deixarmos cair migalhas, nem no chão nem no tampo da camilia." Não me sujem o chão com migalhas!!! comam devagar!!! mastiguem bem!!" e a avó continuava: "O meu pai que Deus tem, comia sempre muito devagar, até o leite mastigava!!!" e nós crianças achávamos aquilo muito estranho?!! até o leite mastigava??!!
Afinal, nos dias de hoje, em pleno século XXI, é o que os médicos dietistas e nutricionistas recomendam e aconselham - Comer muito devagar e mastigar bem...! Como a avó Bárbara diria:
" O meu pai foi sempre uma pessoa muito culta e muito inteligente! Lia muito e depois seguia os conselhos que tirava dos livros!!" Assim era o nosso bisavô João Falcato!!!
Postado por Luzazul

Quarta-feira, 10 de Outubro de 2007


A TIA MARIA FALCATA

A tia Maria Falcata era irmã do nosso bisavô João Falcato. Ficou viúva cedo e tinha um filho único, o primo Zé Velez. Corria o ano de 1910...
O rapaz era inteligente, muito dotado para as letras e depois de concluída a instrução primária aqui em Aldeia Branca, a mãe e o filho foram viver para Lisboa, para que o filho prosseguisse os seus estudos. Alugaram uma casa na Rua da Fé ou na Rua da Saudade...
Conta-se que uma vez um casal natural de Aldeia Branca, foi a Lisboa e decidiram ir visitar a tia Maria Falcata e o filho Zé Velez, mas não faziam a mais pequena ideia onde é que eles moravam. Então, estavam nos Restauradores e foram perguntar a um polícia:
"Olhe lá, oh sr guarda? o Sr. sabe onde é que mora aqui a Ti Maria Falcata?"
O polícia olhou-os com ar ´de admiração, e respondeu-lhes:
" Por acaso até sei, porque é minha vizinha, mora na Rua da Saudade, nº...! mas os senhores tiveram muita sorte, porque Lisboa é muito grande e podiam nunca conseguir encontrá-la!..."
E eles responderam-lhe, com toda a tranquilidade: " Ah, ela é uma pessoa muito conhecida lá na nossa terra!" e lá foram a caminho da Rua da Saudade visitar a tia Maria Falcata.
A minha avó Bárbara Falcato, quando tinha os seus 15 ou 16 anos, ia para casa dela passar férias. Assistiu a algumas das manifestações da Revolução do 5 de Outubro de 1910 e contava muita coisa sobre esses momentos conturbados em Lisboa...
Para a próxima, irei falar do primo Zé Velez, filho da Tia Maria Falcata, grande anti-fascista, que foi preso pela PIDE aqui em Aldeia Branca... corria o ano de 1930 e tais...
Postado por LuzAzul

O Tio Falcatão

Olá Falcatos... Falcatinhos e Falcatões...
Vamos entrar nessa... temos que esmerar-nos bastante, pois os Falcatos sempre tiveram fama de ser muito perfeccionistas, habilidosos e INTELIGENTEEEESSSSS..
Tínhamos um tio, penso que tio-bisavô que era o Juiz de fora aqui em Aldeia Branca... quando havia problemas ou conflitos entre habitantes, era o Tio Falcatão que os resolvia... era um homem de aspecto imponente, corpulento, de grande bigode e patilhas...muito respeitado por todos... O tio Falcatão usava um grande capote alentejano, castanho escuro, com um cabeção e gola de raposa, como a toga de um juiz...
Uma coisa tenho a certeza, pensando nos Falcatos que conheço, são pessoas muito bem dispostas, muito sociáveis, amigos da boa pinga ( + eles!!!) e acima de tudo muito conscientes do seu papel cívico na sociedade... grandes republicanos... alguns ou bastantes deles anti-clericais e instruídos. Quando a população de Aldeia Branca, na sua grande maioria era analfabeta, já a maior parte dos homens e das mulheres da família Falcato sabiam ler e escrever.... na perfeição. Desde pequenina que me habituei a ver em casa dos nossos avós,dos nossos tios, dos nossos primos e restante família, LIVROS; esse objecto raro, ainda hoje, na maioria dos lares do Alentejo; em casa de qualquer Falcato havia sempre livros... deve vir daí o nosso interesse pela leitura! penso que nos está intrínseco...
Postado por Luzazul

Que família especial

Não sei porquê mas sempre que estou com esta malta, fico com a cabeça a andar à roda.
Será da vinhaça ou do ambiente tresloucado?
Não sei o que é. Mas que gosto muito de estar convosco, lá isso gosto.
Vivam os Falcatos. Já os Alves...

Amiguinhos, agora é que é....

Pois foi, depois de uma experiência bloguista, decidimos num jantar (bem regado) convidar a primalhada a fazer o blogue da família.
É para contar estórias.
Que vivemos na nossa vida familiar ou não só.
Os Natais. As botinhas de lã. A oficina. Os patriarcas. A palmeira do pateo. A forja. As peles de borrego. A brazeira. E o que mais houver...
Este blogue vai ser privado. Só entra pessoal da família.
As estórinhas não se devem ficar pelos ambientes mais próximos. A família da nossa familia família nossa é.
Vamos lá a puxar pela memória e , já agora, pela imaginação.
Aqui fica o desafio a todos.

Querem ou não querem?

Vamos lá, porra!!

Sem comentários: