Casa Branca, 13 de Outubro de 2012
Meus queridos pais
No dia 13 de Outubro de 1947, a
mãe Maria Amélia e o pai Vitalino casavam na Igreja Matriz de Casa Branca.
Estavam ambos muito apaixonados e quando disseram o “sim” pensavam que seria
para o resto das suas vidas, e assim na verdade aconteceu. O amor que os uniu mantem-se durante estes 65
anos e o casamento foi-se construindo e cimentando ao longo de todos estes
anos.
65 anos é muito tempo… por isso
também muitos acontecimentos, uns alegres, outros tristes, outros preocupantes
foram vividos em comum com a companhia dos filhos a Maria Zulmira e o José
Manuel que sempre os apoiaram nos momentos bons e nos momentos menos bons. Os
nossos pais deram-nos uma infância feliz, despreocupada e alegre. Mais tarde, deram-nos
o exemplo de como se pode viver como casal e tanto eu como o Zé Manel temos
construído casamentos felizes, onde o bem estar e a felicidade daqueles a quem
nos unimos é a nossa prioridade. Como filhos sempre sentimos que na casa dos nossos pais reinava muito amor, muita
alegria e boa disposição, A casa estava sempre aberta para quem quisesse
aparecer ou para quem os nossos pais e nós ( mais tarde) convidávamos.
Por vezes, brinco com a minha mãe
Amélia pois ela ainda hoje, passados estes 65 anos só ter “olhos” para o seu
Vitalino, ela está sempre a pensar na melhor maneira de conviver com ele, sem
que no meio da sua relação apareçam os conflitos e as desavenças próprias de
qualquer casal e ainda mais há tantos anos se encontram a viver juntos.
Para mim, os meus pais têm sido
uma referência que me tem ajudado a viver com o Zé, meu marido, nestes 43 anos
de casada, eles têm sido o exemplo verdadeiro de que quando se casa por amor,
consegue-se um casamento feliz, tranquilo e sem desavenças. Nunca vi, tanto o
meu pai como a minha mãe a “agredirem-se” com palavras desagradáveis, nem
cruéis que ferem o outro a quem são dirigidas, nunca vi a minha mãe irritada
com o meu pai por ele vir com “um grãozinho na asa”, nem nunca até hoje vi o
meu pai a interferir nas decisões da minha mãe, na sua maneira de vestir, de
estar e de ser; penso que é por tudo isso acontecer há 65 anos que construíram esta
família, onde todos nos adoramos, nos sentimos bem uns com os outros e estamos
sempre presentes para o melhor e o pior que ao longo destes anos nos
aconteceram.
Tenho pena que as netas Patrícia
e Rita não estejam hoje aqui connosco, mas a vida profissional e as distâncias
obrigaram-nas a ficar nos seus locais de residência. A Marta que vela por nós
na “estrelinha” para onde foi morar eternamente, também está connosco neste
dia, pois os nossos pensamentos estão com ela e há um elo a ligar-nos tanto com
a Marta como com aqueles que há muito partiram, como o avô Perninhas, a avó
Idalina, a avó Bárbara e muitos, muitos outros que connosco viveram durante todos
estes anos, mas que pela lei natural da vida partiram, com muita saudade nossa.
Que feliz que eu me sinto por
mais uma vez podermos festejar todos juntos mais este ano de casados. Sinto-me
com “remorsos” de não ter ajudado na elaboração do almoço, mas como sempre
“fujo” desses trabalhos, talvez porque a minha mãe me está sempre a enganar
dizendo-me: “Oh filha, não me custa nada
fazer o almoço!!! Tenho tanto prazer que estejamos todos juntos que para mim
não me custa fazer o almoço, o arroz doce, etc. etc. …. Além disso o pai
ajuda-me a descascar as batatas e a pôr a mesa como ele sabe pôr tão bem, com
todos os requintes não faltando nunca os bonecos no meio da mesa nem a jarra de
flores que ele vai colher ao quintal”
Com tudo o que já escrevi e muito
mas muito mais havia para dizer, este meu escrito já vai longo. Resta-me
agradecer-lhes terem sido e ainda serem os pais maravilhosos que nem com “a
melhor e mais intensa candeia” eu e o Zé Manel poderíamos encontrar…
Bem Hajam!!!!
Beijos da
filha Maria Zulmira
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