sábado, 17 de dezembro de 2022

NÃO SEJAS ASSIM TÃO NERVOSA!!!!

NÃO SEJAS ASSIM TÃO NERVOSA!!!! 
NÃO PÁRAS DE ENERVAR AQUELES COM QUEM VIVES E TU PRÓPRIA SENTES QUE NÃO DEVIAS SER ASSIM... 
PRECIPITADA... 
PERDER AS ESTRIBEIRAS POR UMA MERDINHA DE NADA...
DEVES TENTAR CONTAR ATÉ 10 ANTES DE EXPLODIRES... 
DE BOAS INTENÇÕES ESTÁ O INFERNO CHEIO!!!
 ELA OUVIA TUDO AQUILO E AINDA TINHA MAIS VONTADE DE EXPLODIR, DE DIZER A TODAS AS PESSOAS QUE LHE DAVAM CONSELHOS BEM INTENCIODOS, QUE TUDO NÃO PASSAVA DE UMA TRETA. SE TIVESSEM A VIDA DELA, DE CERTEZA QUE SE SENTIRIAM TAMBÉM ASSIM, RAIVOSOS COM A VIDA!! REVOLTADOS COM AS SITUAÇÕES ESCABROSAS A QUE ESTAVA SUJEITA... REVOLTADOS COM  AS SITUAÇÕES INESPERADAS QUE LHE ACONTECIAM, SEMPRE QUE FAZIA A TENTATIVA DE ANDAR MAIS CALMA.
AMANHÃ, VOU MUDAR... VOU ESTAR CALMA... NÃO VOU INCOMODAR-ME COM PEQUENOS NADAS... E ZÁS!!!... LÁ VINHA O ACIDENTE, O INSPERADO...

No dia 8 de Novembro de 2015, tinha a apresentação do livro da Marta na Casa do Alentejo, estava um pouco ansiosa, sabia que a sala era pequena e estava à espera de muitos amigos e conhecidos. Mas tentou superar isso e tentou acalmar-se. Esteve em casa durante o dia todo, inclusivamente, foi dormir um pouco para no dia seguinte estar mais bem disposta. Resolveu sair por volta das 17 horas, para beber um café. Mal tinha chegado à rua, telefonou-lhe o marido a dizer que fosse urgente para casa, pois tinha caído do escadote. Sentia-o nervoso. 
Chegada a casa, viu o cotovelo e havia um buraco. Um buraco que teve que levar 4 pontos no centro médico dos SAMS. Sentia-se nervosa, a espera para serem atendidos, o ambiente hospitalar, o pensar que poderia ter sido muito pior... depois do tratamento , voltaram para casa... nervosos, ansiosos e ela pensava: que mais me irá acontecer?
A apresentação do livro Marta correu bem.  A sala estava a abarrotar. A todo o momento pensava que deveria ter insistido com a direcção para lhe darem uma sala maior... até noutro dia,a apresentação poderia ter sido adiada! no final, uma amiga que acha que é muito amiga, veio dizer-lhe: " Tens que ter mais calma nestas apresentações! notava-se que não estavas bem, que estavas perturbada, e isso transmitia-se às pessoas!!!" Porra!!! Bolas !!! Merda!!! pensou: eu não sou de ferro... sou feita de carne e osso, apresentava o livro da sua filha Marta que morreu de morte súbita... havia na sala muitos amigos e amigas que tanto conviveram com a Marta...tinha que exprimir e sentir os seus sentimentos... e ninguém se interessou que umas horas antes estava nas urgências do hospital para ver o que tinha acontecido ao marido!!!

No dia 21 de Novembro seria a apresentação do livro da Marta em Sesimbra. Há alguns meses que tudo estava planeado.  Estava calma e tranquila pois quem iria fazer a apresentação do livro era uma amiga  que escreve muito bem, fala bem e sabia que a apresentação seria muito boa.
Na 3ªf, anterior, dia 17, a mãe, de 88 anos, caiu no Lar de 3ª idade onde está durante o dia. Telefonaram-lhe, pensavam que não era nada de grave, mas teria que ir resolver o assunto. Resolveu levá-la, cerca das 15 horas da tarde, às urgências do Centro de Saúde de Estremoz, onde encontrou uma médica competente, atenciosa e interessada. Fizeram-se radiografias ao joelho e à perna e não se concluiu nada. Era necessário ir para um hospital distrital para verem o que na verdade a senhora de 88 anos tinha. Esperámos horas. A sala de espera repleta de gente. Ninguém nos vinha dizer nada. Finalmente, a mãe foi chamada para fazer novo raio x. Entrou com ela. Uma confusão lá dentro do serviço de urgência. Pareciam abelhas zonzas a sair e a entrar dos gabinetes, nem para nós olhavam, para não lhe dirigirmos a palavra, andavam de cá para lá e nós à espera para sermos chamados para a radiologia. Finalmente, fez-se a radiografia, esperámos e depois fomos chamadas ao gabinete de uma médica, uma jovem de pouco mais de 25 anos, espanhola, que nem se levantou da cadeira. A minha mãe na cadeira de rodas, eu em pé e ela sentada na sua poltrona de secretária disse que não via nada de partido no joelho (respirámos de alívio!) a médica nem sequer veio ver como estava o joelho, se ferido, se negro, se inchado. A minha mãe perguntou se podia pôr Voltaren em pomada, " Disse: - Não valia a pena! isso vai passar com o repouso!" 
Saímos dali às 22.30 horas. Viemos de táxi. Chegámos a Casa Branca por volta das 23.30h, quase meia-noite. Cansadas, saturadas e irritadas por tantas horas de espera. 9 horas para chegarmos a casa sem qualquer proposta de tratamento, indefesas perante a prepotência  do sistema de saúde,  cansadíssimas.
A minha mãe ficou em casa a recuperar até ao início da semana seguinte. O meu marido ficou com a minha mãe enquanto eu ia para Sesimbra, no Sábado dia 21 de Novembro para a apresentação do livro Marta. Como é que quem está a ler este post acha como eu me sentia? 

Sem comentários: