Assistência |
Mãe Amélia, nos seus 87 anos, assistindo ao lançamento |
Ao fundo a mesa dos oradores |
Assistência |
Assistência, ao fundo mesa dos oradores |
Saímos do carro e fomos caminhando, no passo miudinho da minha mãe, a caminho da entrada. Há uma escadaria, sem corrimão. Havia pessoas ao longo e em cima das escadas. Pedi a um senhor que ajudasse a minha mãe a subir os degraus, eu não sabia como havia de subir, pois não havia onde me agarrar. Muito solícitos apareceram logo vários cavalheiros a ajudar a minha mãe, eu a custo lá fui subindo...
Quando entrámos no edifício havia pessoas por todo o lado. Encontrámos umas senhoras da Casa Branca paradas ali no corredor...pensei: - "O melhor é dar meia volta e ir-me-nos embora!". Havia 3 cadeiras encostadas à parede no corredor, e consegui que a minha mãe se sentasse numa. Entretanto fui ver como é que poderíamos assistir à sessão. A sala pequeníssima, abarrotava com tanta gente. Pensei que não podíamos ficar ali. Entretanto, chega o José Luis Peixoto e passa pelo corredor onde se encontrava a minha mãe. Ela chama-o e diz-lhe: "-Sabe sou a avó da Patrícia, venho assistir ao lançamento do livro!" ele olhou para ela e disse-lhe que lhe ia arranjar uma cadeira na sala,enquanto lhe dizia: "Ah é a avó da minha amiga Patrícia, a senhora é muito bonita!!" eu tranquilizei-o dizendo-lhe - "Oh Zé Luís hoje não é dia para isso, o senhor tem que se preocupar é com o lançamento do livro!" Ele, muito atencioso disse-me: "- Não , não!! vou providenciar uma cadeira para a sua mãe, já vou tratar disso!" Ele chegou à sala e viu tanta, tanta gente, que ele ou alguém teve a ideia fantástica de fazer o lançamento lá fora no recinto da Junta, onde há bancos de cimento e um grande ecrã gigante em alvenaria para projecção de filmes durante o verão. E a apresentação foi lá fora, com centenas de pessoas a assistirem, embevecidas e orgulhosas por aquele filho da terra de Galveias ser um escritor importante, que é conhecido não só em Portugal como em muitos países do mundo.
Depois da apresentação, formou-se uma enorme bicha para os autógrafos, aí eu decidi que eram horas de voltarmos. Um dia, combinaríamos com ele, e iríamos a Galveias para ele me autografar os livros.
Metemo-nos no carro, já era escuro. Começou a chover à saída de Galveias. A chuva começou a engrossar, a engrossar de tal maneira que se transformou num dilúvio. Eu não via a estrada, a chuva no limpa para-brisas era tanta, tanta que as escovas não conseguiam limpá-la. Viemos muito devagarinho. De vez em quando a chuva acalmava um pouco. E eu pensava que iria estiar, mas de repente vinha outra vez uma chuva torrencial que não nos deixava ver por onde íamos. Foi uma viagem complicadíssima. Eu não conhecia o carro, a estrada é muito estreita e havia lençóis de água por todo o lado.
Chegámos sãs e salvas a Casa Branca, apesar de tanta chuva. Vínhamos felizes e bem dispostas. Valeu a pena a aventura!!!
A assistência |
Os oradores |
Ao fundo na varanda eu e a minha mãe |
A riqueza da escrita, a sofisticação formal, a sensível e dura humanidade destas páginas são um passo marcante na obra de um dos mais destacados autores europeus da sua geração e, sem dúvida, colocam Galveias entre os grandes romances alguma vez escritos sobre a ruralidade portuguesa.
Para todos os leitores que, ao longo dos anos, irão conhecê-lo, a trajectória deste livro já se iniciou. Como o mistério que acerta em Galveias, este romance vai a caminho desses olhares, irá tocá-los de modo irreversível»
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=735190
1 comentário:
Parabéns a toda a gente que esteve em Galveias; terra natal do Zé Luís Peixoto e da mãe e aos albidomenses- naturais da terra do pai do Zé Luís. Quando ele esteve em Coimbra e disse-me emocionado o que aconteceu relativamente aos amigos da terra do pai e seus antepassados paternos. Obrigado e beijinhos a todos.
Mariana Justa S. Teles Alface
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