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O GRITO |
Estou revoltada, não fui à manifestação mas assisti emocionada em frente ao televisor aos milhares de pessoas de ar triste e angustiado que encheram o Terreiro do Paço.
Depois de me ter reformado estou como voluntária a dar aulas de Poesia e contos, na Academia Sénior de Estremoz, e uma aluna escreveu este poema que vou ter a ousadia de publicar aqui, sem ter pedido a sua autorização. As palavras que estão neste poema são aquelas que eu usaria se tivesse capacidade para escrever.
GRITO
Grito e gritarei as vezes que eu quizer
Por aqueles que têm fome e não têm pão
Grito,e gritarei quando puder
Por quem não pode suportar a solidão.
Sem alguém que lhe dê um carinho e atenção
Grito contra a força demoníaca do mal
Pela falta de justiça e contra a corrupção.
E fica sem um tecto e sem abrigo
Grito, por quem os filhos não pode sustentar
E por aquele que se vê só, sem um amigo.
Deixando a Pátria que um dia os viu nascer
Grito porque levam o coração a sangrar
Deixando cá, os velhos pais a sofrer.
E vão esperando a morte em lentidão
Grito, porque em casa já não têm lugar
E o resto da vida vai ser só recordação.
Pelo desemprego a pairar na sociedade
Grito, por aquele que chora com razão
Pelo ódio entre os povos, contra a desigualdade.Contra a ganância, contra a ânsia do poder
Grito, e gritarei do fundo do coração
Grito, e gritarei sempre, até morrer!Poema de Lúcia Cóias Fevereiro 2013
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