Aos meus irmãos
Que deles é também
a génese e fluir deste poema
Celebro as tuas mãos, mãe! Belas, ternas e delicadas Mãos. As tuas, mãe! Longos dedos, fusiformes e sedosos; Alvas Suaves Pacíficas Inteligentes e cálidas mãos, As tuas, mãe! Mãos que me acolheram Me afagaram Me cingiram Me apertaram Me trataram Me sossegaram As tuas, mãe! Mãos que me lavaram Me vestiram Me calçaram Me pentearam Me curaram Me deitaram Me taparam As tuas, mãe! Mãos que me ampararam Me susteram Me acompanharam Me ergueram Me sossegaram Me adormeceram Me acalentaram Me prenderam As tuas, mãe! | Mãos que com redobrada determinação Me orientaram Me moldaram Me guindaram Me mostraram Me orgulharam Me dignificaram As tuas, mãe! Mãos sofridas, solitárias, saudosas e tristes Que com redobrada força e coragem Me libertaram! E duplamente me amaram, As tuas, mãe! Mãos que foram Mãos que são minhas, As tuas, mãe! Mãos sacrificadas que a vida Ludibriada Fintada Defraudada Vencida Revoltada Com ironia legou à morte: Pobres Inertes Gélidas Pálidas Exangues Mãos que não foram Mãos que não são as minhas ESTAS AGORA QUE NÃO FORAM AS TUAS, MÃE! |
José Falcato Varela s/data
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